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quinta-feira, dezembro 27, 2007

Conversas de Natal à mesa

O Natal é uma época do ano que gosto muito. Entre muitos significados que tem para mim, uma das coisas que mais gosto é de estar à mesa com a família e partilhar histórias, seja do que for. Este ano não foi excepção e ainda deu para constatar a realidade discrepante em que vivemos, relativamente a gerações passadas.

Reparem bem no exemplo que se passou e a idade dos protagonistas: eu faço parte da geração de 80 (25 anos), o meu cunhado também (mais 2 anos), a minha irmã de 70 (31 anos), o meu irmão e o irmão do meu cunhado da geração de 60.

Das várias coisas que conversámos, veio à baila um passado muito recente das nossas infâncias. E partilhámos experiências comuns, como por exemplo, a ansiedade de montar a árvore de natal e o presépio, as tentativas goradas de espreitar as prendas antes da meia-noite e, a mais engraçada e talvez mais divergente com a actual realidade, os chocolates que colocávamos na árvore de natal (aqueles em forma de pai natal, de sinos, pinheiros) e que ficávamos a olhar para eles a toda à hora com vontade de os devorar, mas só os podíamos comer na noite de Natal. O meu irmão foi mais longe e confessou que nas suas matreirices e técnicas de puto, lá arranjava forma de comer o chocolate antes do tempo, desembrulhando a prata com todo o cuidado, para voltar a colocar a prata, sem conteúdo, na árvore.

Isto, claro está, encontra-se longe do que se passa nos dias de hoje. O excesso de brinquedos, guloseimas, os vídeo jogos, faz com que os miúdos não liguem nenhuma a estes pormenores. Ao invés de irem para rua brincar com os amigos, ficam em casa a jogar Playsation, não querem bombons porque comem kinders e gomas quase todos os dias.

Para o ano há mais histórias para contar, recordando a nostalgia dos natais passados. Porque apesar de sermos de gerações diferentes, há vivências que nos unem.

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