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quinta-feira, novembro 04, 2004

Parvoíce no posto de atendimento do metro

Há ocorrências que não passam pela cabeça de ninguém, “mas quando somos confrontados com certas e determinadas coisas… epá fico chateado, pois fico, falam falam, falam falam e não os vejo a fazer nada…”
Ok, eu sei que isto já tem direitos de autor mas o que é certo é que esta citação apropria-se tão bem a uma situação que se passou comigo.
Estava eu muito bem na fila (e não bicha, pois soa tão mal) de um dos postos de atendimento do metro do Oriente, para activar o meu passe – era princípio do mês – e aguardava com muita paciência para que chegasse a minha vez. Apesar de já ter comprado o passe tinha de me aguentar à ´fruta´ porque apenas existe uma pessoa para atender todo o tipo de serviços.
Não é da minha natureza ficar a apanhar secas e ter de esperar cerca de 15 minutos para activar a porcaria de um cartão – coisa que demora 10 segundos – não é nada estimulante, ainda por cima quando ainda são 8 da manha e vou a caminho da universidade.
Ora, passado um quarto de hora lá chegou a minha vez e com um sorriso rasgado, lá entreguei o passe à senhora que estava no outro lado do posto de atendimento. Ela colocou o passe em cima da placa magnética, carregou numas teclas e vez uma cara do género, como se alguém se tivesse descuidado e ronda-se um cheiro desagradável no ar.
Voltou então a fazer o mesmo processo e reparou que havia algo estranho. Voltou a fazer aquela cara de enjoada, olhou para mim e grunhiu:
“Este passe já está activado!!!”
Fiquei surpreendido, pois não esperava que ela me dissesse tal coisa. Respondi de imediato:
“Mas quando coloco o passe nas maquinetas as portas não abrem!!! Além disso, ainda não activei o passe, como é possível?”
Ela responde assim e é aqui que reside o insólito da história:
“Isso é porque se calhar você passa pelo lado onde está a cruz vermelha e não onde está a seta verde?!”
Eu fiquei impávido e sereno a olhar para ela sem saber muito bem o que responder. No fim de contas, após aquele tempo de espera, ainda sou insultado por uma “kinkada” qualquer… Quer disser, o otário afinal era eu, pois passo onde está a cruz vermelha. Eu até devo ter cara de gostar andar em sentidos contrários!!!
Após breves segundos descarreguei:
Claro, claro deve ser mesmo isso, obrigado pelo conselho. Nunca me havia apercebido disso é daquelas coisas que nos passam ao lado. Obrigadinho…
E fui embora a remoer-me de toda aquela cena bizarra. Ainda comecei a pensar se seria da roupa que trazia ou da cara ensonada… sim, eu devo ter cara que quem está na cidade há pouco tempo (txetxeno).
Viva eu!!!

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